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É tão doloroso ouvirmos os criticismos que partem de nosso próprio parceiro e então percebermos os comportamentos implicantes que geralmente afloram no nosso relacionamento íntimo!
Logo, não será à toa o fato de quase sempre tentarmos manter algum “distanciamento seguro” de tudo isso . . . quase sempre, tentando jogar a culpa sobre o nosso parceiro, é claro . . .
afinal de contas, ele está tão “pertinho” de nós!
Mas ao assim fazer, contribuímos inadvertidamente para perpetuar nossas dificuldades – e aumentamos as chances de presenciarmos, a cada vez, mais comportamentos agressivos, críticos, implicantes e arrogantes acontecendo em nosso relacionamento . . . que, supostamente, era para ser, amoroso.
E, assim fazendo, disfarçadamente autorizamos nosso parceiro a fazer uso dessa mesma técnica perversa que então lhe aplicamos . . . dessa vez, contra nós!
No entanto, se pararmos para analisar o que vem nos acontecendo, com alguma facilidade perceberemos que criticamos nosso parceiro por queremos ser amados e/ou por querermos “consertar” o nosso parceiro para que ele não mais nos cause esse “mal” tão grande que agora sentimos.
Ora, mas se sabemos que “mal” tão grande é esse que estamos recebendo desse nosso parceiro é porque, muito provavelmente, também já destilamos esse veneno atuando essas mesmas atitudes que agora recebemos dele, sobre alguma outra relação de nosso passado remoto, de nosso passado recente ou, até mesmo, contra o nosso parceiro, nessa mesma relação que vamos desenvolvendo com ele.
Então, poderá ser tremendamente mais libertador. finalmente aceitarmos algumas indesejáveis verdades sobre nós mesmos: aquelas verdades que tanto tentamos ocultar até de nós mesmos, assim como de todo mundo à nossa volta. Aquelas verdades que gostaríamos muito que fossem, mesmo, é uma grossa mentira e uma cruel injustiça que venham sendo implacavelmente colocadas sobre nós. Aqueles pedaços fragmentados de nós, que preferiríamos não existirem!
E, o pior é que, mais cedo ou mais tarde, acabamos descobrindo que nosso parceiro já tem conhecimento de todos esses traços ruins nossos e que tão arduamente tentamos negar e apontar existirem só . . . nele. Isso mesmo! No nosso pobre e tão querido parceiro!
Afinal de contas, se ele não soubesse disso, como aceitaria com tanta facilidade o desafio de tão bem retrucar os criticismos que exercemos contra ele, dessa vez, contra nós mesmos? Não é verdade?
E nosso parceiro estará fazendo tudo isso, por tomar como base, os mesmos comportamentos negativos que decidimos fazer uso contra ele . . . em nome do amor que ele também sente por nós.
Sim, apesar de nossas falhas, o nosso parceiro também nos ama!
E isso significa dizer que, se quisermos, poderemos olhar nossa vida através de um outro viés!
Desta vez, percebendo que os criticismos que eventualmente fazemos ao nosso parceiro podem mesmo é serem utilizados por nós mesmos, como se fossem um preciso “mapa” que nos ajudará a encontrar algum valioso “tesouro” . . .
algo que sempre foi nosso, mas que tenhamos deixado ficar enterrado e perdido desde tempos bastante remotos de nossa vida.
Ao nos imbuirmos à procura desses “tesouros perdidos” – ao aceitarmos tudo aquilo que tanto tentamos manter “escondidinho” de nós mesmos e de todo o mundo à nossa volta; ao nos empenharmos para conseguir alcançar uma mudança significativa para todos aqueles nossos comportamentos e pensamentos que são tão danosos – acabaremos nos tornando mais “inteiros” novamente.
Exercício:
Pense sobre uma qualquer crítica que você tenha ultimamente ou corriqueiramente feito a seu parceiro e que você, agora, já possa reconhecer como é que esse mesmo criticismo também poderia aplicar-se a você.
Como exemplo, você poderia procurar reencontrar sua hostilidade, sua condescendência ou alguma daquelas reações suas que porventura venham sendo atuadas de maneira excessiva em seu relacionamento.
Então, após encontrá-las, crie coragem para dizer ao seu parceiro(a) que você agora já entende que veio projetando nele esse seu traço negativo pois ainda era muito desconfortável para você perceber-se como sendo alguém que também o tivesse.
Perceba o alívio e a proximidade que tal admissão trará para a relação existente entre vocês.
Meditação:
Hoje, ao entrar em meu espaço particular e profundo de contemplação, eu me sinto já tendo liberado as tensões que me foram trazidas pelos criticismos que lancei e pelas projeções que fiz sobre o meu parceiro, a partir dos traços negativos de minha própria personalidade.
Aceitando esses traços de personalidade como sendo uma realidade mais abrangente de mim mesmo, eu bravamente proclamo essas palavras:
“A verdade nos libertará”